Casal cubano denuncia racismo após usar energia de área comum de prédio: 'pobres e macacos'
17/07/2025
(Foto: Reprodução) Caso foi registrado em um condomínio no Santa Mônica, na Região de Venda Nova.
Reprodução/Google Street View
Um casal de imigrantes cubanos denunciou à Polícia Militar um episódio de injúria racial na noite desta quarta-feira (16) em um condomínio residencial no bairro Santa Mônica, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Ninguém foi preso ou conduzido à delegacia.
A ocorrência foi registrada após uma discussão envolvendo o uso de energia elétrica em área comum do prédio.
De acordo com o boletim de ocorrência, o casal, formado um por um homem de 32 anos e uma mulher de 31, alegam ter sido ofendidos por uma mulher identificada como síndica do condomínio, que nega as acusações.
O conflito começou após o casal conectar a geladeira a uma tomada no corredor, devido ao corte no fornecimento de energia no apartamento que vivem, causada por débitos deixados pelo antigo morador.
Eles afirmam que receberam autorização da proprietária do imóvel e orientação de um vizinho de que poderiam usar temporariamente o ponto de energia, até a religação da Cemig.
Segundo relato da vítima à polícia, a síndica se dirigiu ao casal e os acusado de “roubar luz do condomínio”, além de proferir ofensas de cunho racista, afirmando que “pobres e macacos” não deveriam morar no local.
Síndica nega acusações por também ser negra
O corretor responsável pela locação do imóvel testemunhou o episódio e também relatou à PM ter ouvido os insultos em ligação telefônica com a síndica.
Ele afirma que, ao saber da situação, quitou as faturas em atraso no dia seguinte e solicitou a religação da energia à Cemig.
Procurada pela reportagem, a mulher apontada como autora das ofensas negou ter feito qualquer injúria racial. Disse que apenas acionou a Polícia Militar por conta de uso indevido da rede elétrica comum, como prevê o regimento interno do condomínio, e que não conhece pessoalmente os moradores.
Declarou, ainda, que é negra, de família negra, e que ficou sabendo das acusações de racismo pela imprensa.
Informou, ainda, que vai solicitar as imagens de câmeras de segurança e aguardar a apuração dos fatos pela polícia e pelos advogados do condomínio.
O casal vive em Belo Horizonte há cerca de sete meses e afirmou que esta é a primeira vez que passa por uma situação desse tipo no Brasil. Ambos trabalham, ele como pedreiro e ela como auxiliar de cozinha em fins de semana, e que moram no apartamento desde maio deste ano.
A ocorrência foi registrada pela Polícia Militar como injúria racial e encaminhada para investigação da Polícia Civil.
Entenda a diferença entre racismo e injúria racial
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