Exposição sobre Clara Nunes apresenta acervo da época em que a artista morava em BH
31/05/2025
(Foto: Reprodução) As visitas ao Museu da Moda de Belo Horizonte são gratuitas, de quarta-feira a sábado, das 10h às 18h Apresentação da cantora com a Orquestra Castilho na sede do Cruzeiro Esporte Clube no bairro Barro Preto, na década de 1960
Autor não identificado/Acervo Instituto Clara Nunes
Antes de se transformar na primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil discos no país, Clara Nunes passou parte de sua vida no bairro Renascença, na região Nordeste de Belo Horizonte. Clara Francisca Gonçalves ainda era tecelã, quando aos 16 anos foi descoberta pelo maestro Jadir Ambrósio, nas quermesses da Paróquia Santo Afonso e, depois, levada para participar de concursos de rádio, primeiros passos rumo ao sucesso.
Alguns registros dessa época estão ao alcance do público e dos fãs na exposição “Clara Nunes - Eu Sou a Tal Mineira”, aberta até 15 de dezembro, no Museu da Moda de Belo Horizonte (MUMO).
A exposição percorre a carreira da cantora desde o início, em Belo Horizonte, até sua consagração nacional e internacional. Ela destaca a influência da moda na carreira da artista, explorando 50 figurinos e adereços originais que estão sendo exibidos pela primeira vez em conjunto.
"A exposição é um convite para descobrir (ou redescobrir) Clara Nunes através da moda. Celebramos o legado dessa artista tão importante para a cultura brasileira ao alinhavar sua trajetória através de sua conexão única com a moda, que traduz, ao mesmo tempo, a sua arte, a sua fé, a sua ancestralidade e o seu ofício", disse a gestora do Museu, Carolina Ladeira.
Clara Nunes no início de carreira sendo coroada Rainha do Carnaval de Belo Horizonte, em 1964
Paulo Martins/acervo Instituto Clara Nunes
A mostra ocupa os dois andares do Museu da Moda e é uma parceria com o Instituto Clara Nunes, com sede em Caetanópolis (MG), cidade natal de Clara Nunes.
Os figurinos estão entrelaçados com documentos, objetos, adereços, recortes de jornais e fotografias, apresentando a trajetória da artista e sua imbricada relação com a cultura brasileira e a religiosidade de matriz africana. São mais de 50 peças originais do acervo do Instituto Clara Nunes.
Mais de 50 peças originais do acervo, entre figurinos, fotografias, objetos pessoais e documentos
Acervo Instituto Clara Nunes
Segundo Carolina Ladeira, a frase de Clara Nunes “Fui tecelã. Hoje sou operária da música brasileira” traduz sua relação com a moda.
"A exposição revela que a relação de Clara com a moda começa pelo ofício de tecelã em duas fábricas: Cedro Cachoeira em Caetanópolis e Tecidos Renascença em Belo Horizonte. Isso explica as pesquisas de moda e materiais feitas pela cantora em suas viagens e sua participação ativa junto aos estilistas na criação de seus figurinos", completa Ladeira.
As visitas são gratuitas e podem ser realizadas de quarta-feira a sábado, das 10h às 18h, sem necessidade de inscrição prévia. O MUMO fica na Rua da Bahia, 1.149 - Centro - Belo Horizonte.
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