Mobilidade em BH: apenas 28% dos moradores têm acesso a rampas de acessibilidade nas calçadas
18/04/2025
(Foto: Reprodução) As informações fazem parte do Censo Demográfico 2022: Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, divulgado nesta quinta-feira (17) pelo IBGE. Falta de ciclovias e acessibilidade nas calçadas dificulta mobilidade em Belo Horizonte
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 28,2% dos moradores de Belo Horizonte têm acesso a rampas de acessibilidade nas calçadas próximas de casa. No restante de Minas Gerais, a situação é ainda pior: só 14,3% relataram encontrar acessibilidade no entorno onde vivem.
As informações fazem parte do Censo Demográfico 2022: Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, divulgado nesta quinta-feira (17) pelo IBGE.
De acordo com o levantamento, as 174,2 milhões de pessoas residentes em áreas com características urbanas no Brasil, 119,9 milhões (68,8%) moram em vias sem rampa para cadeirantes. Em 2010, eram 146,3 milhões (95,2%) residindo em faces de quadra sem esse equipamento de acessibilidade.
O IBGE analisou 63.104.296 domicílios (66% do total), localizados em setores urbanos ou em setores rurais com características urbanas. Ao todo, foram consideradas as áreas onde moram 174.162.485 brasileiros — o equivalente a 86% da população.
Rotina
A falta de estrutura, afeta, principalmente, quem tem deficiência física. A bancária Camila Ferreira, mãe do Arthur, um menino cadeirante, contou que reformou o passeio em frente à própria casa para facilitar a locomoção do filho.
“Não é fácil, a gente enfrenta diversos obstáculos. Eu ainda penso que ele [filho] enquanto criança, tem nós, os pais, apesar de ser muito difícil. Agora, fico imaginado quem tem deficiência e não tem quem possa empurrar uma cadeira o tanto que sofre obstáculos", disse Camila.
Camila Ferreira e o filho Arthur enfrentam obstáculos na mobilidade
Reprodução/TV Globo
Ainda de acordo com o Instituto, apenas 1,7% dos moradores de Belo Horizonte percebem sinalização para bicicletas nas ruas onde vivem, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"A gente tem a falta de infraestrutura, de ciclovias para quem tá começando a pedalar, as poucas que temos são mal localizadas e destruídas, e muitas vezes o asfalto é ruim", contou o ciclista Daniel Carvalho.
Sobre as ciclovias, a prefeitura de Belo Horizonte afirmou que a capital mineira conta com 113,2 km de ciclovias e ciclofaixas, e que as vias serão gradativamente sinalizadas para o uso de bicicletas.
"Sobre as rampas de acessibilidade, informamos que em todas as obras de mobilidade que são realizadas na capital as calçadas recebem rampas de mobilidade, que facilitam o trafegar das pessoas com mobilidade reduzida (idosos, pessoas com deficiência)", disse o município.
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