PM que atendeu ocorrência de advogada morta ao cair do 8º andar diz ter sido orientado a liberar namorado da vítima

  • 30/05/2025
(Foto: Reprodução)
Caso que inicialmente foi tratado como suicídio teve reviravolta e namorado da vítima se tornou réu por homicídio. Carolina Magalhães morreu em 2022 em área nobre de BH. Policial diz que foi orientado a liberar suspeito de jogar namorada de 8º andar O policial militar que atendeu à ocorrência da morte da advogada Carolina da Cunha Pereira França Magalhães, que caiu do 8º andar de um prédio em junho de 2022, afirmou em audiência que não conduziu o então namorado dela, Raul Rodrigues Costa Lages, à delegacia por orientação de superiores. Veja vídeo acima. Na última quarta-feira (28), o terceiro-sargento Vinicius Silvio Cruz Guimarães disse à Justiça que não sabe de quem partiu a ordem. O policial também afirmou não se recordar quem o comunicou da decisão de não encaminhar o namorado dela, que também é advogado, à delegacia (clique aqui e relembre o caso). No dia da morte da advogada, Lages chegou a deixar o prédio onde estava com a namorada logo depois da queda do oitavo andar, em área nobre de Belo Horizonte. Ele retornou após a chegada da polícia. O caso, inicialmente tratado como suicídio, teve uma reviravolta e, no ano passado, ele se tornou réu por homicídio. Clique aqui e siga o perfil do MG2 no Instagram "A decisão final, [quem foi] a autoridade eu desconheço. O que me recordo é que foi feito contato interno, não consigo precisar se o contato foi via telefone, via sistema. [...] O que chegou a meu conhecimento era que o delegado não vai ouvir, [que era] desnecessário conduzir para a delegacia. [...] Não me recordo [quem disse pra mim]", afirmou o policial. Questionada pelo g1 sobre o teor do depoimento, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que concluiu o inquérito sobre a morte da advogada e o encaminhou à Justiça em agosto de 2024. Ressaltou ainda que não se manifesta sobre casos que já estão em fase processual. O g1 também procurou a Polícia Militar, e a defesa de Raul Lages, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem. RELEMBRE: Fantástico tem acesso às câmeras de segurança que registraram morte de advogada em MG Policial não vistoriou carro do réu nem sacolas Durante o depoimento, o policial disse que isolou o apartamento até a chegada da perícia, mas não acompanhou os trabalhos realizados pela equipe técnica. Posteriormente, liberou o imóvel para os familiares. O militar afirmou ainda que foi a primeira pessoa a ter contato com Raul após a morte de Carolina, mas que não vistoriou o carro do suspeito e as sacolas que ele carregou logo depois da tragédia, conforme mostraram as câmeras de segurança. Ele também disse que não sabe quem ficou responsável por essa checagem. Afirmou também que ouviu a família da vítima. Segundo ele, familiares estavam consternados e contestando a hipótese de suicídio, mas que não incluiu essas informações no boletim de ocorrência. Vinicius Silvio Cruz Guimarães também relembrou a versão dada pelo próprio Raul Lages no dia, em que o advogado relatou uma briga entre ele e Carolina logo antes da morte, em que ela teria tentado agredi-lo e atirado objetos contra ele. O militar disse, ainda, que Raul ficou no local à espera de uma definição da autoridade policial, mas que recebeu a orientação de que era "desnecessário" conduzi-lo em flagrante ou para prestar esclarecimentos. Em seguida, o suspeito foi liberado. O depoimento prestado nesta quarta-feira foi disponibilizado de forma pública nas plataformas on-line da Justiça de Minas Gerais. Em nota, a defesa da família de Carolina Magalhães afirmou que" a liberação de Raul Lages na noite dos fatos sempre causou perplexidade", especialmente diante do depoimento do policial militar, que revelou ter recebido orientação de uma autoridade não identificada para não conduzir o suspeito à delegacia. A família disse confiar no esclarecimento da verdade e na responsabilização de Raul Costa Lages conforme a lei. Quando Raul Rodrigues Costa Lages se tornou réu pelo caso, a defesa dele afirmou que ele é inocente e que seriam apresentadas provas no processo que atestem esta afirmação. Raul Rodrigues Costa Lages Reprodução/OAB-MG Reviravoltas do caso O caso foi tratado como suicídio por dois anos. Em novembro de 2024, Raul Lages virou réu por homicídio triplamente qualificado. Ele não chegou a ser preso e espera o julgamento, atualmente em andamento, em liberdade. A família de Carolina apontou diversas falhas na investigação, que provocaram reviravoltas no caso e levaram Raul Lages a se tornar réu pelo possível feminicídio. "Eu soube dos porteiros do prédio que ninguém tinha puxado as imagens antes de eu ir lá e pedir o acesso. Isso foi depois do sepultamento da minha irmã, que foi no dia seguinte", disse o irmão de Carolina, Demian Magalhães. "Os porteiros me disseram que a polícia, na noite do crime, não tinha tido acesso a essas câmeras, e eles poderiam constatar, se quisessem, que a narrativa que ele estava apresentando no momento das alegações iniciais, de lavratura do boletim de ocorrência, não batia com a realidade", afirmou. Imagens contradizem versão do réu As imagens contradizem a versão de Raul Lages, que disse à polícia que não estava no apartamento quando Carolina caiu. O sensor da câmera da área de lazer do prédio marca o horário da queda: 23h10. Somente quatro minutos depois, Raul aciona o elevador para o oitavo andar, e entra carregando duas sacolas aparentemente pesadas. "As câmeras têm que ser o primeiro ato de uma investigação. Se elas flagraram algum momento, ali de um ato criminoso, ou possivelmente criminosos, ela deveria ter sido solicitada de imediato", explicou o presidente do Instituto de Proteção das Garantias Individuais (IPGI), Carlos Eduardo Gonçalves. Carolina da Cunha Pereira França Magalhães Reprodução/redes sociais Ferimentos provocados antes da queda A família também aponta falhas no laudo da necrópsia. O irmão de Carolina diz que uma foto mostrando um corte profundo na cabeça da advogada foi anexada ao laudo de levantamento de local. No entanto, o ferimento foi omitido no documento da necropsia. A reportagem teve acesso ao documento, que foi mostrado pelo médico perito Fernando Esbérard. Ele afirma que o corpo apresentava lesões que podem ter sido provocadas antes da queda e, provavelmente, Carolina estava viva quando foi jogada do oitavo andar. "Esse ferimento corte contuso na região da cabeça dela pode ter sido provocado por um impacto dela contra uma parede. Inclusive foram achados vestígios de sangue na porta do banheiro. O que chama atenção também são as lesões nas costas da vítima", disse Esbérard, que é membro especialista da Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícia Médica de Minas Gerais. Esse ferimento, uma vez que a queda causou impacto do lado esquerdo do corpo, dificilmente foi causado pelo baque. Importante a gente ressaltar também que [...] ela ainda estava viva, porque muitos desses ferimentos apresentam reação vital", afirmou Esbérard. Sacolas e mochila sem perícia As imagens de câmeras de segurança mostraram Raul Lages saindo do prédio carregando as sacolas e a mochila poucos segundos depois de ver Carolina morta. O inquérito policial destacou que as "sacolas deveriam conter objetos de crucial importância para Raul, que mantém as mesmas consigo mesmo diante da visão trágica e desesperadora de sua mulher ao solo". Depois de ver o corpo de Carolina, o advogado guarda as sacolas e mochila no porta-malas e chega a arrancar com o carro. A luz de um giroflex aparece na esquina e ele então volta a estacionar o carro. Familiares acreditam que ele só retornou por acreditar que a iluminação vinha de alguma viatura da polícia, mas era de uma ambulância. As sacolas, mochila e celular de Raul nunca foram periciadas pela Polícia Civil. A busca e apreensão na casa do acusado foram feitas onze meses depois da morte de Carolina. Imagens exclusivas mostram últimas horas de vida da advogada Carolina da Cunha Pereira França Magalhães morreu aos 40 anos Reprodução/redes sociais LEIA TAMBÉM Quem é advogada morta após cair do 8º andar de prédio; suspeito do crime é o namorado Justiça nega pedido de autópsia psicológica em advogada que caiu do 8º andar de prédio Homem vira réu suspeito de jogar namorada do 8º andar de prédio; caso era tratado como suicídio Vídeos mais assistidos do g1 Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/05/30/pm-que-atendeu-ocorrencia-de-advogada-morta-ao-cair-do-8o-andar-diz-ter-sido-orientado-a-liberar-namorado-da-vitima.ghtml


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