Saiba quem era a professora achada morta na Grande BH; filho foi preso como principal suspeito do crime
25/07/2025
(Foto: Reprodução) Corpo de professora achada morta estava coberto por lençol e com sinais de violência sexual
A professora de história Soraya Tatiana Bonfim França, de 56 anos, encontrada morta no último domingo, era licenciada em História pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e dava aulas do Colégio Santa Marcelina, em Belo Horizonte, desde 2017 (relembre o caso abaixo).
Nesta sexta-feira (25), a polícia prendeu o filho dela, Matteos França Campos, de 32 anos, como principal suspeito do crime. Informações iniciais apontam que ele simulou uma situação para se livrar da suspeita e que o crime teria sido motivado por dívidas. De acordo com a polícia, o filho confessou o crime.
O corpo de Soraya foi encontrado no último dia 20 perto de um viaduto em Vespasiano, na Grande Belo Horizonte, coberto por um lençol, seminu e com marcas de violência sexual e queimaduras. De acordo com a polícia, no entanto, o filho fez uma simulação de crime sexual para não ser associado ao crime. O próprio Matteos havia registrado boletim de ocorrência depois de, segundo ele, a mãe não visualizar suas mensagens.
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Quem era a professora
Segundo a direção do Colégio Santa Marcelina, Soraya dava aulas para as turmas do 7° e 9° anos. Só lá, ela deu aula para mais de 2.000 alunos.
"Era uma professora muito dedicada e competente, muito responsável com tudo que fazia, uma apaixonada pela educação. Sempre tinha uma mensagem de acolhimento e carinho para os alunos, sempre motivando pra continuarem estudando. A marca dela era o sorriso e a gentileza com todos que ela encontrava", disse a diretora pedagógica, irmã Roseli Hart.
Professora Soraya Tatiana com alunos do Colégio Santa Marcelina.
Divulgação Colégio Santa Marcelina
Projeto Cidadania
Nos últimos anos, a professora Soraya assumiu a coordenação do Projeto Cidadania, iniciativa que existe há mais de 20 anos no colégio. Alunos do 9° ano da instituição participam de pesquisas que envolvem situações em que a cidadania precisa ser exercida e pesquisam informações sobre justiça social e paz.
"Ela sempre estava à frente deste projeto, com muita empolgação. Era um projeto que ajudava os alunos a ser bons cidadãos. Receber uma notícia de alguém tão próximo a nós ter a vida encerrada de forma tão brutal é muito doloroso", lamentou irmã Roseli.
Ana Clara Trigueiro foi aluna da professora Soraya e hoje é estudante de arquitetura. Em 2020, participou do Projeto Cidadania.
"Eu e minhas colegas estamos devastadas e sem rumo desde ontem - não só como ex-alunas, mas também como mulheres. A Tati era muito humana, muito sábia e muito apaixonada pela educação. Na pandemia, um momento tão conturbado, entreguei uma atividade falando de solidão, e ela sem hesitar me mandou mensagem me oferecendo apoio e dizendo que sempre estava presente para nós", relembrou Ana Clara.
"No nosso primeiro dia de aula, ela se apresentou e entregou um bilhetinho muito carinhoso, falando que estava muito empolgada para nos conhecer. Estamos desestruturados, mas com a esperança de que a justiça seja feita", desabafou.
Mobilização da comunidade escolar
A irmã Roseli Hart contou que, desde o momento em que se confirmou o desaparecimento de Soraya, toda a comunidade escolar se mobilizou. Avisos foram colocados nas redes sociais.
"Nós recebemos a notícia do desaparecido através de uma professora que foi comunicada pelo filho da professora Soraya. A partir desse momento, junto com a família e outros dois professores começamos a buscar informações. Procuramos em hospitais e lugares onde ela poderia estar. Até no próprio IML foi feita a busca", explicou a diretora pedagógica, irmã Rosli Hart.
Entenda o que aconteceu
A professora Soraya Franca foi dada como desaparecida na sexta-feira (18). Foi o filho, Matteos França Campos, de 32 anos, agora considerado pela polícia o principal suspeito pelo crime, que chamou a polícia dizendo que não estava conseguindo fazer contato com a mãe.
Matteos disse à polícia que estava na Serra do Cipó e que tinha visto a mãe pela última vez na noite de quinta-feira (17). Ele também chegou a pedir para uma tia para ir até o apartamento onde ele morava com a mãe. Um chaveiro foi chamado para entrar no local.
Na casa não havia sinais de arrombamento ou violência. O carro da professora estava na garagem, mas óculos, celular e chaves, não foram encontrados. O filho disse que tentou rastrear o celular da mãe, mas que não conseguiu achar a localização.
A Polícia Militar recebeu informações, na tarde de domingo (19), de que havia um corpo no Conjunto Caieiras, em Vespasiano, região Metropolitana de Belo Horizonte. Soraya estava seminua, com sinais de possível violência sexual. A identificação do corpo foi feita pelo filho no mesmo dia.
Após a prisão do filho, a Polícia Civil revelou que o filho confessou que foi ele quem levou o corpo de Soraya no porta-malas do carro dela e o deixou embaixo do viaduto já na sexta-feira (18).
De acordo com a polícia, Matteos tirou as roupas da mãe e fez marcas no corpo dela para simular um crime sexual e não ser associado ao crime.
Matteos França Campos foi preso, nesta sexta-feira (25), na casa do pai, em Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil, o pai não teve participação do crime. A investigação ainda não foi concluída.
Professora Soraya Tatiana, encontrada morta em Vespasiano, na Grande BH, com sinais de violência sexual
Arquivo pessoal
Soraya Tatiana, de 56 anos, era professora em um colégio particular de Belo Horizonte.
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