Som que nunca envelhece: colecionadores de vinil de MG mantêm o rock vivo na era digital
10/06/2025
(Foto: Reprodução) Mesmo na era do streaming, fãs de discos preservam o ritual de ouvir música com atenção e resgatam a essência do rock clássico. Destaque g1: paixão pelo rock une pessoas em diferentes formas de expressão
Mesmo com o avanço da tecnologia, discos de vinil seguem encantando fãs da música. Colecionadores relatam o prazer de ouvir cada música e o ritual de manusear capas, agulhas e histórias.
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Para muitos fãs do gênero rock, colecionar discos não é apenas um hobby: é uma forma de manter vivas as maneiras de ouvir música de um tempo em que tudo era diferente.
“Todas as noites, eu vou para o meu quarto, escolho alguns discos e fico sozinho degustando os LPs, é uma coisa que ninguém mais faz hoje”, conta o advogado Bruno Floriano, de Pouso Alegre (MG).
Em um mundo dominado pelo streaming, há quem ainda curta o som pelas agulhas dos aparelhos de tocar vinil. Para esses ouvintes, é uma forma de manter viva a essência de quando a música era física e carregada de histórias.
“Eu cresci assim, ouvindo música com atenção. A gente ligava para a rádio, pedia a música e ficava esperando com o dedo no botão de pause da fita para gravar. Era um ritual. Depois, ouvíamos em família, após o jantar. A música era o entretenimento principal da casa”, conta Bruno Floriano.
Bruno Floriano, de Pouso Alegre (MG), ao lado de sua coleção de aproximadamente 3 mil LPs
Arquivo pessoal/Bruno Floriano
A paixão pelo rock começou quando Bruno tinha 10 anos, ao iniciar seus estudos em música. O advogado conta que, com o surgimento do CD nos anos 1990, acabou trocando seus vinis pela praticidade do novo formato.
Anos depois, ao ganhar de seu sogro um antigo aparelho de som e alguns LPs, a paixão ressurgiu. “Aí voltou tudo com força. Comecei a comprar, trocar, vender, completar coleções", explica.
Atualmente, Bruno possui um acervo de aproximadamente 3 mil LPs de rock e também de outros gêneros, como a MPB. “Eu separo alguns LPs, vou para o meu quarto e só escuto. Degusto a música. É diferente do que se faz hoje, quando a música virou um acessório. Para mim, ela continua sendo o centro de tudo”, relata.
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Som analógico e suas particularidades
Juliano de Souza, de Santa Rita do Sapucaí (MG), defende que o som analógico é mais rico em detalhes
Arquivo pessoal/Juliano de Souza
“Eu sou um colecionador de música boa” é o que afirma o músico e radialista Juliano de Souza, mais conhecido como Ganso, que hoje tem aproximadamente 350 discos de vinil. Ele começou a ouvir música em discos de vinil aos 15 anos, e nunca mais parou.
Segundo o morador de Santa Rita do Sapucaí (MG), para se ter um bom som de vinil, é preciso ter um bom equipamento para ouvir.
“O som do vinil não é mais limpo, mas é mais amplo. Isso porque o disco de vinil é analógico, então as ondas sonoras, tanto graves quanto agudas, são mais largas, mais abertas. Você escuta com mais riqueza os detalhes dos graves e dos agudos. Já no CD, no MP3 ou no streaming, essas frequências são comprimidas, o que torna o som mais ‘pasteurizado’, com menos profundidade”, explica Juliano.
Apesar de toda a tecnologia disponível atualmente, com inúmeras formas de ouvir música a qualquer hora e em qualquer lugar, além de aplicativos que até criam músicas, ainda é comum encontrar pessoas que colecionam e escutam discos de vinil.
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Dos estalos ao som encorpado
Robson Tibúrcio, de Pouso Alegre (MG), valoriza o som encorpado e o charme dos estalos do disco
Arquivo pessoal/Robson Tibúrcio
Criados em 1948, os LPs já têm 77 anos de história. Embora, hoje em dia, os discos de vinil sejam mais difíceis de encontrar nas lojas, a presença de colecionadores apaixonados por esse formato é mais comum do que se imagina.
O professor de Física, Robson Tibúrcio, de Pouso Alegre (MG), tem hoje mais de 2 mil exemplares. Ele começou a colecionar discos no ano de 1985 quando teve a oportunidade de assistir ao primeiro Rock in Rio e, desde então, nunca mais parou.
“Eu acho o som do vinil muito mais encorpado, sem aquela compressão que acontece em outros formatos. Tudo bem que tem aquele chiadinho, aqueles estalinhos que pode incomodar algumas pessoas, mas pra mim, traz muito mais charme e personalidade ao vinil”, comenta.
Robson afirma ainda que a interação com a capa do disco, enquanto ouve as músicas é uma experiência única, que infelizmente, poucas pessoas tem a chance de sentir.
Do Rock in Rio à coleção de milhares de discos: a história dos fãs que não abandonam o vinil
Arquivo pessoal/Bruno Floriano
ÉPra Cantar - Dia do Rock 🤘
No cenário atual da música, onde a tecnologia e os formatos digitais dominam, o concurso da EPTV “ÉPra Cantar - Dia do Rock” segue em sua etapa de avaliação pela equipe técnica de jurados. O concurso busca dar visibilidade a artistas do gênero e oferecer a chance de dividirem o palco com um grande nome do rock nacional, que será revelado em breve.
A grande final acontece nos dias 12 e 13 de julho, dia em que é celebrado o dia do Rock, com a apresentação das músicas vencedoras.
Além da premiação em dinheiro, os grupos selecionados vão mostrar seu talento no palco do Rock in PA, em Pouso Alegre, evento que reuniu mais de 40 mil pessoas na edição anterior.
Em um mundo digital, o toque da agulha no disco é uma experiência que fãs do rock não querem perder
Arquivo pessoal/Juliano de Souza
Fique atento ao cronograma 📅
4 a 16 de junho: Avaliação dos jurados;
19 a 30 de junho: Votação popular na página do 'ÉPra Cantar – Dia do Rock' no g1;
2 de julho: Divulgação oficial do resultado na página do concurso no g1;
12 de julho: Apresentação da primeira música colocada no festival Rock in PA;
13 de julho: Apresentação da segunda e da terceira colocada no festival Rock in PA.
Veja tudo sobre o 'ÉPra Cantar - Dia do Rock' no g1